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quinta-feira, 26 de maio de 2011

ACARICIANDO RECORDAÇÕES

A maciez de uma pétala poderia magoar-lhe a fina face, mas seus penetrantes olhos de azeviche anestesiavam de encanto qualquer coração desatento.
A lágrima é a partida de um sonho que um dia foi amor e a saudade o agasalho que não aquece o frio cortante do sofrimento.
Na solidão de um quarto escuro acorda-se em desespero estendendo as mãos à procuira de um corpo ausente. Ninguém ocupa o espaço perdido dentro de uma alma.
Folhas amareladas no livro da vida, devem ser manuseadas com cuidado quando se acaricia recordações.

domingo, 15 de maio de 2011

VAIDADE DE LÚCIFER

Fora vítima de tudo que poderia toldar sua vontade e assim aprisionar sua liberdade.
Ele era imundamente rico e usou de todo o subterfúgio para torná-la sua prisioneira e subserviente. Era fraca indefesa e extremamente débil, contrastando tudo isso com uma beleza excepcional e estonteante. Esgotada em sua luta desigual, sem forças para resistir e vítima de uma indiferença coletiva, mais alimentada pelo medo do algoz, se matou.
Inimigos poderosos conseguiram provar na justiça sua culpa e ele foi preso. Provisoriamente os cúmplices assumiram seu poderio industrial esperando seu sucessor, mesmo que isso levasse tempo.
No dizer de Bertold Brecht:
"Todo mundo se ergueu e deteve o patife
   Mas está de novo no cio a cadela que o fez."