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sábado, 22 de maio de 2010

INSUSTENTÁVEL LEVEZA

Andava despercebido por uma rua estranha que ganhara para cortar caminho quando a viu do outro lado. O choque entre os dois olhares foi inebriante, mas extremamente sofrido, pois um mundo de lembranças desabou como pedras pontiagudas que arranharam suas almas.
Como bolhas de sabão nossas paixões flutuam ao sabor do tempo e quando se encontram estouram, deixando no ar um vazio, um vazio, um vazio...

domingo, 16 de maio de 2010

FANTOCHES


Abandono é o filho desgarrado de uma prole insana.

Levando apenas uma valise surrada partiu sozinho tomando um caminho sem destino.

Após certo tempo observou do outro lado, uma figura de mulher a lhe acompanhar. Olhando de soslaio não deu para identificá-la, tendo a mesma imitado o seu gesto.

Cansado resolveu sentar-se à beira do caminho e para o seu espanto, a mulher tambem se sentou à sua frente.

Estranhando tal figura atravessou a estrada. Ao se aproximar percebeu que a conhecia não conseguindo, entretanto reconhecê-la. Curioso tocou-lhe o braço inquirindo-lhe quem seria. Horrorizado sua mão atravessou a imagem e viu tratar-se de um espectro.

Meu Deus, quantas sombras ainda me acompanharão na memória adormecida?

sábado, 8 de maio de 2010

HUMILDADE



Sentado e quieto, trazendo no semblante a saga de humildade que nunca o deixara, apenas observava. Desejava estender-lhe a mão na ânsio de confortá-la. Achando-se pequeno e com receio de ofendê-la, viu-a partir sem ao menos fitar-lhe e nada dizer. Sentiu-se como um ser invisível.


A beleza quando se cala deixa no ar um perfume de saudade!