Seguidores

sábado, 31 de outubro de 2009

GARRIOT - TRECHO DO CONTO


Garriot permanecia na mesma posição ainda com os olhos fechados:
"Os momentos vividos em sua presença foram como um toque mágico de um prazer infinito e uma comunhão nunca sentida por um ser."
"Às vezes em nosso encontro, embriagados de felicidade sorriam ou abraçados chorávamos com medo que o final trouxesse também a amarga surpresa de nossa separação, sem sabermos o porquê de tudo isso."
"Tornamonos subservientes recíprocos de uma escravidão amorosa, que apenas nos unia cada vez mais e mais."
"Acho que apenas aqueles que se amam verdadeiramente, adquirem a sutileza de prever um fim inesperado de tanta felicidade. Talvez o véu mágico da paixão nos cobrisse com uma proteção embora tênue, mas informativa das armadilhas de um adeus."
"O sofrimento de uma despedida é igual a morte da alma e quando isso acontece, tornamonos cegos tropeçando em um mundo de trevas e dissabores."
"E quando foi que isso aconteceu?"- perguntou Anselmo agora diminuindo seu tom inquisidor, demonstrando certa compaixão.
"O tempo eterno relógio do sofrimento! Nada perdoa, nada. Por que temos que lhe dar satisfação, quando o mesmo nos destroi sem ao menos nos pedir permissão."
"Infelizmente tenho que saber quando ocorreu tal separação. Isso é muito importante para mim."- complementou o psicólogo.
"Há muito tempo ou recentemente. Talvez ontem ou haja dias, sem lá! Separação não se mede pelo tempo e sim pelo sofrimento."
Após essas palavras Garriot caiu num mutismo prolongado como estivesse num transe espiritualista.
Anselmo sentindo uma obrigação mais de solidariedade que profissional, desligou o gravador.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MARCAS


ONTEM, NA OCIOSIDADE DE UMA TARDE AMENA, ANDEI BUSCANDO NAS RECORDAÇÕES ESQUECIDAS, A FONTE DE INSPIRAÇÃO QUE ME FALTAVA. AO ABRIR O ANTIGO BAÚ ENVELHECIDO, CONSTATEI ESTARRECIDO QUE NADA MAIS CONTINHA, SOBRANDO POR IRONIA, SOMENTE AQUELA QUE MAIS ME MACHUCARA.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

DOR OCULTA


QUANDO NO PICADEIRO UM PALHAÇO REPRESENTAVA SUA COMÉDIA, OUVIU-SE NO MEIO DE TANTAS GARGALHADAS E APLAUSOS, UM SOLUÇO GRITANTE QUE DESTOAVA. ERA ALGUÉM AUTÊNTICO QUE CONHECIA A TRISTEZA DE QUEM PELA FARSA SE ESCONDIA.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

DESAMOR


NÃO EXISTE BONDADE NOS CORAÇÕES EMBRUTECIDOS PELA AUSÊNCIA DE AMOR E NO DESFILE DESSA CARÊNCIA, VALE TUDO NA ALEGORIA TRISTE DA VIOLÊNCIA.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PEGADAS


AQUELE QUE POSSUI A SUTILEZA DE VIAJAR PELOS RECÔNDITOS INFINITOS DE UM CORAÇÃO, SABE MUITO BEM QUE ESTÁ PISANDO EM TERRAS ESTRANHAS E QUALQUER DESLIZE DE SUA PARTE, IRÁ PRODUZIR MÁGOAS QUE MARCARÃO ETERNAMENTE ESSE PEDAÇO SAGRADO DA ALMA.

VÍCIO


MEU SONHO É PARA VOCÊ APENAS UMA GOTA PERDIDA NUM ESTRANHO OCEANO, MAS PARA MIM QUANDO NELE SUA IMAGEM APARECE ME INEBRIO DE PRAZER E NEGO-ME ACORDAR DESTE DELÍRIO PERMANENTE.

sábado, 10 de outubro de 2009

FASCÍNIO


Teu olhar me embriaga e me tortura. Da tortura eu gosto, na embriaguez permaneço!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

MÁGOA


Quando seus sonhos terminaram, voltando-se à realidade da vida, espantou-se com o espaço vazio e triste deixado pela sensibilidade que partira para sempre sem ao menos dizer-lhe adeus.

sábado, 3 de outubro de 2009

CARÊNCIA


Fez do sofrimento um silêncio permanente.
No disfarce que vestia, um uniforme de batalha.
No pranto oculto a negação e a alegoria.
Mas o coração cansado dos grilhões de amarra, derrubou num só momento toda a insensatez dessa loucura, ao receber um abraço inesperado, de quem há muito desejava.